Alexandre Porto
FUNDAÇÃO DE NITERÓI – O DEBATE: INTRODUÇÃO



Em 1973, Niterói se preparava para comemorar em grande estilo, o quarto centenário da cidade, fundada, segundo a história mais conhecida, pelo índio Temiminó Araribóia, batizado Martim Afonso de Souza. Em um artigo publicado em 21 de maio daquele ano, o historiador Emmanuel de Bragança, ou De Macedo Soares, como passou a assinar mais tarde - que estava escrevendo seu primeiro livro sobre a história da cidade - fez uma afirmação que gerou bastante polêmica entre os leitores do jornal O Fluminense.

Emmanuel comemorava no artigo "Iniciativa Oportuna", a criação, pela Comissão do IV centenário de Niterói, a criação de um Curso de Interpretação da História de Niterói, ministrado pelos professores Arthur Cesar Ferreira Reis, José Honório Rodrigues e Damo Barreto. No terceiro parágrafo Emmanual soltou essa:

    "A primeira afirmação séria que se pode fazer, em relação à história de Niterói, é que não há quarto centenário algum a comemorar-se neste 1973. Quem se aprofundar um pouco mais no estudo desse tema apaixonante e tão desastrosamente abordado, quando abordado, vai deparar com realidades ainda mais chocantes. Por exemplo: Arariboia não fundou coisa alguma, em lugar nenhum, e, provavelmente, jamais esteve neste lado da baía de Guanabara. E a tão decantada Aldeia do outeiro de São Lourenço não teve nenhuma função na vida da cidade. Ao contrário: ela foi sempre uma ilha de atraso e primitivismo, em meio ao desenvolvimento sempre crescente de outros núcleos de colonização, hoje transformados em bairros, distritos e até cidades autónomas, como é o caso de São Gonçalo. Assim, as origens de Niterói submergem numa névoa impenetrável de lendas e mais lendas, repetidas de boca em boca e de livro em livro. Resta o que veio depois, isto é, a análise do desenvolvimento da chamada Praia Grande, nos séculos XVII, XVIII e XIX, e só a isto é que podemos chamar realmente de História. "


Em edições posteriores, o próprio Emmanuel e o historiador José Inaldo, brindaram os leitores do jornal com um rico e acalorado debate sobre o tema. E é o que vamos mostrar nesse especial.


(1) Introdução
(2) Emmanuel de Bragança: Verdades (Mal Comportadas) Sobre a Fundação de Niterói
(3) José Inaldo: Niterói quatrocentão mesmo - reparos e achegas a um artigo
(4) Emmanuel de Bragança: Mistificação em torno de verdades amargas
(5) José Inaldo: Da Batalha de Itararé ao Motivo secreto
(6) Aguarde o último capítulo



Publicado em 29/03/2022









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Com formação em Engenharia Florestal, eu, Alexandre Porto, já fui produtor orgânico de alimentos e apicultor, mas hoje ganho a vida como escriba (Enciclopaedia Britannica do Brasil, Fundação de Arte de Niterói). Há 20 anos me dedico a pesquisar a História de Niterói, minha cidade natal, do Vasco, meu incompreendido time de futebol, e da Música Popular Brasileira, minha cachaça. Por 15 anos mantive uma pioneira rádio online no Brasil, a "Radinha". Pra quem quiser me encontrar nas redes, seguem os links:
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