Antonio Parreiras - repetindo seu mestre - dizia que o "atelier" do paisagista está no campo e dava exemplo fazendo excursões com seus alunos.
Comumente, aparecia no Rio de Janeiro, capital do Estado da Guanabara, pelos meados do ano, para expor os trabalhos produzidos nos campos e nas serras do Estado do Rio. Em 1893, dez anos depois de haver começado a dar seus primeiros passos na Pintura, Antonio Parreiras se aventurava realizar uma exposição longe de sua provÃncia natal: em São Paulo!
Realmente, Parreiras teve que se desdobrar. Mas, assim, conseguiu, rápida e surpreendentemente, o dinheiro com que pôde realizar outro grande sonho de sua adolescência: a construção da casa própria. Com efeito, naquele mesmo ano de 1893, que terminaria tragicamente, com a cidade de Niterói varrida pelo bombardeio dos navios de Custódio de Melo, Antonio Parreiras voltava de São Paulo, trazendo em suas maletas o projeto de sua casa. Tal projeto estava assinado por outro jovem artista que, como o pintor fluminense, teria um grande futuro: o arquiteto Ramos Azevedo. As linhas da casa obedeciam ao tipo residencial que, em São Paulo, ia substituindo aos casarões "sem arquitetura" dos mestres de então por palacetes de vistosas fachadas e interiores ventilados.
Depois, o temperamento patriarcal de Antônio Parreiras levou-o a edificar outros dois conjuntos destinados à residência de seus filhos, quando estes resolveram casar-se. Essas edificações, o novo "atelier" e a residência formam a constelação de imóveis expropriada pelo Estado para a instalação oficial do Museu.
Por outro lado, o Museu, ao converter-se em centro natural das atividades relacionadas com as artes plásticas do Estado do Rio, permitiu a formação de outras coleções que têm sido incorporadas ao patrimônio original.
Lamego, ao mudar-se para o Rio de Janeiro, começou a desfazer-se de sua coleção. A biblioteca, com seus códices e manuscritos raros, foi adquirida pelo Departamento de Cultura da Municipalidade de São Paulo, nos fins de 1935. Com essa compra, feita em nome das autoridades paulistanas pelo notável escritor Mário de Andrade, o Estado do Rio perdeu uma "brasiliana" que era das mais numerosas reunidas no PaÃs.
Alberto Lamego ainda nada havia resolvido a respeito do destino que daria à sua pinacoteca famosa, quando, atendendo a uma solicitação do então Governador do Estado do Rio, General Edmundo Macedo Soares e Silva, concordou em examinar a possibilidade de que a pinacoteca fosse integrar as coleções do Museu Antônio Parreiras.
Com formação em Engenharia Florestal, eu, Alexandre Porto, já fui produtor orgânico de alimentos e apicultor, mas hoje ganho a vida como escriba (Enciclopaedia Britannica do Brasil, Fundação de Arte de Niterói). Há 20 anos me dedico a pesquisar a História de Niterói, minha cidade natal, do Vasco, meu incompreendido time de futebol, e da Música Popular Brasileira, minha cachaça. Por 15 anos mantive uma pioneira rádio online no Brasil, a "Radinha". Pra quem quiser me encontrar nas redes, seguem os links: Facebook
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